24 de mai. de 2011

Nesta noite que choveu na cidade, choveu também no meu rosto. Estas águas que caem simetricamente, alinhadas, sem motivo aparente trazem consigo sonhos, que desaguam e se espalham. São tantos e um deles será meu? Uma destas gotas me trouxe você e o silêncio. Aquela sintonia silenciosa que tínhamos ao dormir, mesmo que após um conflito. Naturalmente pela manhã o sol irradiava perdão e saudade. Se era chuva, era perdão, saudade e calor. Quando nossa música entrou no mesmo compasso, a primavera mudou. Mergulhamos fundo no cheiro das flores e da aflição, mais do que isso, não podia ser amor e sim mutilação. Meu coração e o teu precisam estar inteiros. Quem sabe em mais um dia de chuva, vamos estar contando cada sonho que cai na terra e se espalha. Aquele vento frio bate, você me abraça e me aquece e mais um sonho se realiza. Isso sim, é amor.


Camila Karina

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