Nunca fui muito bem em jogos: de tabuleiros, de cartas, de pessoas. Mas também não fugia do instinto humano da competitividade, de sentir um prazer efêmero da vitória nem que fosse num jogo de damas. O fato é que, nunca gostei de perder tanto tempo em jogos. Mal sabia que eles sairiam dos tabuleiros e se postariam diariamente no cotidiano. Também nunca fui boa com esse exigente jogo, porém diante da necessidade, foi preciso pouco a pouco aprender as regras e pequenos truques. "-Puro desgaste", pensara. Assim que notei que algumas pessoas compartilhavam o mesmo desprazer do jogo, tirava as cartas da mesa e preenchia com boas conversas. Também conheci ex jogadores, mas como o tino para a canastra era bem maior, preferi apenas tomar um copo de água e sorrir. Me dei conta que já tinha entrado no jogo e as apostas eram involuntárias. Mas nem quando tive um pequeno entendimento do jogo, quis continuar. Ainda continuo achando tudo um grande desgaste. Preferi sair da mesa e dar adeus. E assim continuarei fazendo, com muita sutileza, é claro. Para não atrapalhar o jogo dos outros.
Camila Karina