Lembrou do papel, da raiva e das sensações. Sem pensar em motivos elucidadores. Lembrou como se fosse hoje. Tinha pretensão de que os "personagens" da lembrança também sentiriam o mesmo. Sim, as pessoas tinham se tornado personagens. Não sentiu culpa por sentir raiva, pois entendeu que lembrar com tanta veracidade, era uma forma de extinguir más energias. Lembrar também era exorcizar. Lembrar do que era paralelamente ligado ao sofrimento é uma forma de encontrar a paz, que abre espaço para novas lembranças valorosas. Mas o lugar que as lembranças se guardam, empoeira e como todo lugar com grande visitações, também precisa de limpeza. Sentir raiva é também se libertar e esquecer.
Camila Karina
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