21 de fev. de 2012

Olhei para as terras, poeira e caminhos que percorri, e deles percebi, constatei que minhas sementes são aquelas que semeei de fato. Colhi uma a uma, até mesmo aquelas que não floresceram, aquelas que foram esmagadas pelo tempo, secaram pelo excessos do meu sangue quente, ou morreram pela frieza de meus atos. Sou toda minhas próprias sementes. Me responsabilizo pelas flores e ervas daninhas do meu lugar. Mas é sabido que as flores morrem se tomadas por outras espécies. 
Talvez as ervas daninhas, sementes mal nascidas, habitem em mim mais do que imagino. Não espero as flores, mas quem saiba cuidar, sem matar as vidas dentro de mim. Porém, mesmo abandonado, um jardim não deixa de florescer, nem novas plantas de germinarem. Tudo se prolifera e sobrevive com a força da natureza. A natureza também é amor e aceita até mesmo espinhos. Me faço de espinhos, veneno e perfume. Planto e colho pois quero continuar crescendo. 

Camila Karina

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