4 de mai. de 2009


Meu coração, bandeira içada

Em festas onde não há ninguém...

Meu coração, barco atado à margem

Esperando o dono cadáver amarelado entre os juncais...

Meu coração a mulher do forçado,

A estalajadeira dos mortos da noite,

Aguarda à porta, com um sorriso maligno

Todo o sistema do universo,

Concluso a podridão e a esfinges...

Meu coração algema partida.


Alvaro de Campos

2 comentários:

@iM@N disse...

sukandiblog.blogspot.com

Anônimo disse...

Minha Bond Girl redhair,
As esfinges encerram segredos como forma de fugir das obviedades, os barcos precisam estar presos às margens para não se perderem no mar revoltoso e as bandeiras sempre devem estar içadas para lembrar nossa presença. Agora o coração é traiçoeiro, pois nunca saberemos se ele nos liberta das partidas (idas) ou se é um fugitivo de algemas quebradas pronto para os reinícios. Alvares de Campos, nosso Fernando Pessoa, sempre necessário. Beijos.

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