Entendo a necessidade de ter um
carro, entendo que possibilita diversas facilidades, mas percebo também
que a maioria das pessoas que adquire um carro, adquire um egoísmo
unanime. Aquele egoísmo de chegar na frente, de não ter ninguém à sua
frente, de ser o mais rápido. Mas o que indigna de fato é a irrelevância
que os pedestres ganharam para alguns. Falo principalmente daqueles
que, em dias de chuva, tem aquele prazer maldoso de molhar as pessoas que
tentam à todo custo livrar-se as poças de lama. Engraçado que, quando
um motorista tem o senso de respeito, vem logo outro em seguida com uma
pressa insana. Parece que dentro de um carro alguns ganham um poder
imaginário de que são inatingíveis. É um engano. A tendência é aumentar
esse egoísmo, por isso, não sinto vontade de ter um carro. Sempre dizem:
"você tem que dirigir"; "é libertador não depender"; "é necessidade".
Mas lhe digo que minha necessidade é de respeito comigo e com o próximo.
O carro? Quem sabe daqui há uns anos.
Das reflexões do busão
Camila Karina
Camila Karina
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