Meu coração, bandeira içada
Em festas onde não há ninguém...
Meu coração, barco atado à margem
Esperando o dono cadáver amarelado entre os juncais...
Meu coração a mulher do forçado,
A estalajadeira dos mortos da noite,
Aguarda à porta, com um sorriso maligno
Todo o sistema do universo,
Concluso a podridão e a esfinges...
Meu coração algema partida.
Alvaro de Campos
2 comentários:
sukandiblog.blogspot.com
Minha Bond Girl redhair,
As esfinges encerram segredos como forma de fugir das obviedades, os barcos precisam estar presos às margens para não se perderem no mar revoltoso e as bandeiras sempre devem estar içadas para lembrar nossa presença. Agora o coração é traiçoeiro, pois nunca saberemos se ele nos liberta das partidas (idas) ou se é um fugitivo de algemas quebradas pronto para os reinícios. Alvares de Campos, nosso Fernando Pessoa, sempre necessário. Beijos.
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