29 de mai. de 2012

Para os egos
Para os cegos
Para sí
Para os tantos
É paralelo
quem nega
está blefando
Ninguém escapa
da vaidade do querer




Camila Karina
Julgue o outro
Julgue mesmo
Julgue a si com os mesmos termos 
Quem vai para a prisão?
O real ou seu espelho? 


Camila Karina

28 de mai. de 2012

Minha culpa. Sua culpa. Meu amor. Seu amor. Nossa culpa. Nosso amor. Todos punidos, feridos. Esfarelando entre os dedos qualquer sentido de saudade. Lavando as mãos para a realidade. O tatear do rosto, o fechar dos olhos, são como anos que passaram num intervalo, alguns segundos. Ao levantar a cabeça, é possivel observar o caminho, mas não o que virá dele. Não é a vista que necessita de óculos, lentes. É a vida cheia de invocações e nós, os exorcistas de tudo que é póstumo, até mesmo do amor. 

Camila Karina







Inspirado numa conversa com o cúmplice na poesia, Ricardo Amaral

26 de mai. de 2012

Desejar o bem. Amar alguém. Não deixar a raiva ir além. Bem feitorias que desejamos também. Sempre intencionados, seja para si ou para outro, mal interpretado, uma confusão, só diálogo de loucos. Coletividade, "vamos viver em sociedade", o que acaba na verdade, é no tumulto. Pois queremos muito. "Feliz é quem vive de pouco". Mas que pouco é esse, se nunca acaba a sede? Se procuramos, nos preocupamos, porque não achamos? Só aparece, só acontece, se esclarece ao bel-prazer. E o desfecho, a conclusão, de uma reflexão é: acertar é ilusão. Um pouco de tolice, humanisse, também ensina uma lição. 

Camila Karina

24 de mai. de 2012

Grande mestre que me ensinou 
a colocar os pés no chão. 
Mestre? 
Grande equivoco dizer que
deixar de sonhar é lição de vida
Mais do que ler livros
tenho coração

Camila Karina
Observa ao redor 
de ti mesmo o caos que ronda
para que sejas digno
de acreditar que a raça humana
não é apenas hedionda 

Camila Karina

21 de mai. de 2012

Ando bastante para pensar
Penso bastante para ponderar
Sinto bastante sem chegar
a nenhum lugar
O que basta?


Camila Karina

17 de mai. de 2012

Teu silêncio me corta como navalha
Tua sinceridade me arde
na ferida da saudade
que ainda não cicatrizou
É tempo que cura? 

Camila Karina

16 de mai. de 2012

O que será feito
com estas ausências, enquanto
agrido a garganta
de tanto gritar em silêncio? 

Camila Karina
No fim do dia, no fim das contas, no fim dos tempos é quando tudo começa e nada se repete. Onde tudo se move, reforça e as vezes enfraquece. Precisamos de finais, para escrever mais. No fim da conversa, no fim da leitura, no fim da ternura. Quando os inícios  estremecem, porque no fim, é quando tudo floresce. O fim é temerário, o fim também é alivio, um tanto esperado. Quantas coisas, situações, queremos que cheguem ao fim? Só para terminar, recomeçar, renovar. É fim, é inicio. É um sim para o novo.  Não menos doloroso. Então, se é o fim, é porque algo novo começou. Fim.

Camila Karina 

14 de mai. de 2012

Um buraco
cheio de cacos
é como está 
o lugar que
ficou sem teu abraço

Camila Karina

10 de mai. de 2012

A dor nos deixa cada vez mais cínicos? Pergunta retórica, pergunta real.  

Camila Karina

9 de mai. de 2012

Essa contagem infinita de tempo
no espaço vazio.
E o momento?
A inércia invadiu

Camila Karina

8 de mai. de 2012


Nos olhos, no coração, na alma. Várias feras. 
Por medo, por dor, por sede. Várias feridas

Camila Karina

5 de mai. de 2012

Tateando o chão, olhando para o céu, no franzir da testa para enxergar melhor, é quando se busca a respiração, a inspiração,o momento, o significado. Esta sede do emblema, a marca memorável, o grandioso, surpreendente. Acolhe tudo num só pensamento e nada disso importa. A vida pode ser mais simples e isso já é grandioso. Tateando o chão, percebi uma flor em meio as pedras. Olhei para o céu e as nuvens eram desenhos. Franzi a testa e o sol me abraçou. 

Camila Karina
A gente se pergunta: "Quais são nossos desejos?"
mas esquecemos de perguntar: "Quais são nossas fúrias?"
Um complementa o outro


Camila Karina

2 de mai. de 2012

Dos queros
dos pensos
das forças,
o que é livre
se livra
o que é meu
se destina

Camila Karina

1 de mai. de 2012

Me dá um sorriso
direto de esquerda
desse olhar
bem no fundo de mim?


Camila Karina

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