mas não sei quem embaralha,
que anverso tem a medalha
cujo verso é minha figura.
Na outra face da lua
dormem os números do mapa;
brinco de encontrar nessas cartas
a que cegamente me inclua.
dormem os números do mapa;
brinco de encontrar nessas cartas
a que cegamente me inclua.
De tanta alegre insensatez
nasce a areia da passagem
para o relógio do que amei,
mas não sei se a mão é dada
pelo anjo ou pelo acaso,
se estou jogando ou sou as cartas.
pelo anjo ou pelo acaso,
se estou jogando ou sou as cartas.
Júlio Cortázar
1 comentários:
Olá. Venho acompanhando seu blog há tempos, e degustando as postagens aleatóriamente. Uma palavra para ele: sublime. Cada vez mais tomo por influência. Esta postagem em particular é de uma sofisticada ironia, brincando com as palavras e seus signos, coisa que aprecio muito.
Obrigado por existir!
P.S.: Tua beleza é notável.
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