26 de jun. de 2011

No vão que se abre com as indiferenças, tudo que se busca são os facilitadores. Ledos enganos. Busca-se a raiva, a fúria, a mágoa, o poder inebriante de tais venenos da efemeridade. Tolos, nós, pobres seres humanos em busca de um lugar ao sol, ao entardecer e à noite. Queremos todos os lugares e esquecemos da acolhida. A acolhida singela como a de uma criança que abraça seu brinquedo favorito com zelo e sorri. Fecha os olhos e não lhe sobram espaços de amargura. Não é à toa que dizem para cultivarmos a criança que fomos. O tempo se esvai e a acolhida acompanha paralelamente. Somos brinquedos sem suas crianças e fatalmente a maneira de suprir o vazio é o caminho inverso e turvo. Vi um pequenino acariciar seu cão com tanto amor e por segundos observei. Quis ser aquele cão. Egoísmo meu. A mensagem real é para que eu tente acolher os meus como a criança o fez com seu cão. Não somos de todo bichos e nem de todo humanos. Existe a acolhida no meio dessa  transformação, escondida em alguma lugar. Como uma bela lembrança de infância. 

Camila Karina

*Texto dedicado à  criança, "neta", Clarice, que sempre me lembra da acolhida

2 comentários:

Rodrigo Santos de Souza disse...

lindo

Karen Pimenta disse...

Guardado para ler quando a pequena Clarice crescer. Linda homanagem
:)

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