Vim pelo caminho dificil,
a linha que nunca termina,
a linha "bate na pedra,
a palavra quebra uma esquina,
minima linha vazia,
a linha, uma vida inteira,
palavra, palavra minha.
Quando o misterio chegar,
ja vai me encontrar dormindo,
metade dando pro sabado,
outra metade, domingo.
Nao haja som nem silencio,
quando o misterio aumentar.
Silencio e coisa sem senso,
nao cesso de observar.
Misterio, algo que, penso,
mais tempo, menos lugar.
Quando o misterio voltar,
meu sono esteja tao solto,
nem haja susto no mundo
que possa me sustentar.
Meia-noite, livro aberto.
Mariposas e mosquitos
pousam no texto incerto.
Seria o branco da folha,
luz que parece objeto?
Quern sabe o cheiro do preto,
que cai ali como um resto?
Ou seria que os insetos
descobriram parentesco
com as letras do alfabeto?
Paulo Leminski
23 de mar. de 2010
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