Ainda está vivo ou
virou peça de arquivo
sua vida é papel
a fingir de jornal?Dele faz-se bom uso
seu texto é confuso?
Numa velha gaveta
o esquecem, a caneta?Após tantos escapes
arredonda-se em lápis?
Essa indelével tinta
é para que não minta
mas do que o necessário
é uma sigla no armário?Recobre-se de letras
ou são apenas tretas?
Entrará em catálogo
a custa de monólogo?Terá número, barra
e borra de carimbo?
Afinal, ele é gente
ou registro pungente?Carlos Drummond de Andrade
20 de abr. de 2010
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